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L3 Talks - Destaque

Principais tendências tecnológicas estratégicas para 2023

Diante do cenário de incerteza e da possível crise econômica, qual seria o melhor caminho a seguir? Economizar, crescer ou transformar?

Frances Karamouzis é Distinguished VP Analyst e apresentou as principais tendências estratégicas para 2023 no Gartner Symposium 2022 em Orlando/FL. Karamouzis iniciou sua palestra afirmando que a resposta para um mundo em constante mudança é fazer a inovação ser mandatória na empresa. Em um mundo de incertezas, é preciso economizar, crescer e transformar.

Frances dividiu as tendências em três grupos, de acordo com seus objetivos:

  • Otimizar: fazer mais com o mesmo
  • Escalar: alavancar negócios
  • Disruptar: pivotar modelos de negócios
Mapa de prioridades do Gartner,
Traduzido de Gartner “Signature Series: Top Strategic Technology Trends for 2023” by Frances Karamouzis.

 

Tendências para otimizar

As tendências a seguir são relacionadas aos processos de otimização dos sistemas de tecnologia, a fim de aumentar a confiabilidade. Além de melhorar o processos de tomada de decisão baseadas em dados e manter o valor e integridade dos sistemas de AI em produção com o objetivo de fazer mais com o que já possui.

Sistema imunológico digital

O Digital Immune System (DIS), ou sistema imunológico digital, refere-se ao processo de aumentar a resiliência das operações, dos sistemas e automatizar a resolução de incidentes de forma mais assertiva. Por meio da combinação de práticas e tecnologias de observabilidade, uso de modelos  de inteligência artificial (IA), engenharia de caos, autocorreção, engenharia de confiabilidade (SRE)e segurança da cadeia de suprimentos de software. Por isso o nome de sistema imune.

Essa combinação visa aumentar a resiliência de produtos, serviços e sistemas oferecidos pela empresa. Um DIS fornece um modelo para preparar a empresa para mitigar riscos potenciais. Além de usar falhas como oportunidades de aprendizado para criar uma experiência superior de cliente e usuário que seja resiliente a falhas.

De acordo com o Gartner, empresas que investirem na criação de um sistema imune digital, vão aumentar a satisfação do cliente. Além de reduzir o tempo de inatividade em até 80%. Para iniciar esse processo, existem algumas ações-chave que os especialistas do Gartner recomendam. Como por exemplo, avaliar quais são os recursos de negócios que vão se beneficiar mais de investimentos da DIS. 

Um segundo passo, é a criação de comunidades de práticas (CoPs), para compartilhar os resultados e aprendizados e quaisquer insights baseados em IA realizados. Além disso, é importante incentivar e recompensar as melhorias em toda companhia, especialmente a colaboração em oportunidades de DIS, tornando todos os líderes igualmente responsáveis por melhorar as experiências do cliente.

Applied Observability

A Observability utiliza a inteligência artificial para fazer recomendações, com base em dados. Isso auxilia no planejamento proativo das decisões de negócio.  A prática recebe esse nome pois faz referência ao uso aplicado de dados observáveis, em uma abordagem orquestrada e integrada em funções de negócios, aplicativos e equipes de infraestrutura e operações Esses dados são catalogados e categorizados em camadas, com compreensão semântica para o contexto de negócios. O resultado são metadados ativos e passivos. O uso arquitetado destes, leva a decisões de negócios e de TI melhores e mais rápidas. Como por exemplo, a redução de custo de um seguro de veículo, baseado no comportamento do motorista, forma que dirige, locais por onde passa e frequência de uso do veículo

Para iniciar esse processo, os especialistas do Gartner reforçam a importância de tratar os dados como ativos monetizáveis, não apenas informações. Utilize os desafios  de negócios para criar uma base inicial de desafios, como no exemplo de cima: “Como reduzir o custo final por comportamento de cliente?”. Assim, você será capaz de organizar estratégias para diferentes iniciativas de observabilidade ao mesmo tempo.

Um outro processo, tão importante quanto o anterior, porém com complexidade mais alta para realizar, envolve a cultura da companhia. É preciso reformular o foco da empresa para que as decisões sejam baseadas em dados. Além disso, os resultados precisam ser monitorados para a aplicação da observabilidade (agir rápido e melhor, com base em inteligência artificial e tecnologia). Os especialistas do Gartner sugerem separar as  camadas de negócios, aplicativos e infraestrutura para começar a implementação da prática.

A estimativa do Gartner é que, até 2026, 70% das organizações que aplicaram a observabilidade com sucesso alcançarão uma latência menor para a tomada de decisões, permitindo vantagem competitiva para os negócios ou processos de TI.

Gerenciamento de confiança, risco e segurança de IA (AI TRISM)

Metade dos modelos de AI que são criados pelas empresas não entram em produção. Existem duas razões principais para isso acontecer: confiança nos resultados e ética (relacionado a segurança e privacidade dos dados).

AI TRISM é a sigla para AI Trust, Risk and Security Management, ou gerenciamento de confiança, risco e segurança de inteligência artificial.  Essa prática vai suportar a governança de modelos de inteligência artificial, garantindo maior confiabilidade, segurança e privacidade que os modelos convencionais não oferecem. Incluindo soluções técnicas e processos para interpretabilidade e explicabilidade de modelos, privacidade de IA, operações de modelos e resistência a ataques adversários. No fim, haverão melhores resultados em termos de adoção de inteligência artificial, metas de negócios alcançadas e aceitação do usuário.

Infográfico sobre o impacto da AI TRISM
Traduzido de Gartner “Signature Series: Top Strategic Technology Trends for 2023” by Frances Karamouzis.

Os especialistas do Gartner recomendam criar uma força-tarefa ou unidade dedicada para gerenciar os esforços de AI TRISM. A fim de implementar a privacidade, a segurança e o gerenciamento de riscos coletivos de IA para obter melhores resultados de negócios de IA, em vez de apenas por uma questão de conformidade.

O desafio será também em nível cultural. Pois é preciso que todos na companhia entendam a importância da prática e sejam capazes de gerenciar com eficiência os melhores conjuntos de ferramentas como parte de um programa abrangente de AI TRISM. O objetivo é tornar os modelos de IA interpretáveis, usando ferramentas de código aberto ou soluções de fornecedores que agregam valor.

Dados são ativos, por isso, é importante implementar soluções que protejam os dados usados pelos modelos de IA. Mesmo que seja necessário utilizar diferentes métodos de proteção de dados para diferentes casos de uso e seus componentes. Assim como também é importante incorporar o gerenciamento de risco nas operações, usando soluções que garantem a integridade do modelo e dos dados e validam constantemente se estão operando de forma confiável.

As estimativas dos especialistas do Gartner são de que, até 2026, as organizações que operacionalizam a transparência, a confiança e a segurança da IA verão seus modelos de IA alcançarem uma melhoria de 50% nos resultados em termos de adoção, metas de negócios e aceitação do usuário.

Tendências para escalar

O objetivo é identificar tendências que são capazes de acelerar ofertas verticais, aumentar o ritmo de entrega de produtos e permitir conectividade com todos os lugares.

Plataformas de nuvem

Industry Cloud Platforms, ou plataformas de nuvem combinam software, plataforma e infraestrutura como serviço (IaaS), com funcionalidades personalizadas. Ou seja, elas são capazes de incorporar serviços de nuvem, tradicionalmente adquiridos separadamente, em soluções pré-integradas, mas personalizáveis (combináveis). Com isso, as organizações podem aumentar a agilidade organizacional, acelerar a inovação e acelerar o time to value.

As recomendações do Gartner para utilizar as ICPs (Industry Cloud Platforms) são: primeiro, analisar o que você já possui e então complementar com novas capacidades para agregar valor, ao invés de substituir tudo. Será preciso, também, adaptações culturais, de modo que todos na companhia compreendam o porquê das mudanças e quais os ganhos esperados. Recomenda-se ainda estabelecer regras para a importação de recursos para plataformas em nuvem. Isso vai ajudar a melhorar os processos existentes e criar novas iniciativas já dentro de padrões conhecidos.

Infográfico sobre as tendências de plataformas de nuvem
Traduzido de Gartner “Signature Series: Top Strategic Technology Trends for 2023” by Frances Karamouzis.

A previsão dos especialistas do Gartner é que até 2027, mais de 50% das empresas usarão Industry Cloud Platforms para acelerar suas iniciativas de negócios.

Engenharia de plataforma

A maioria dos líderes de negócio já passou pela experiência de precisar entregar uma demanda imediata e não conseguir. Principalmente porque a arquitetura é complexa, a infraestrutura híbrida não é escalável e faltam recursos capazes de fazer.

A engenharia de plataforma fornece um conjunto de ferramentas, recursos e processos, com curadoria, que são empacotados para facilitar o consumo por desenvolvedores e usuários finais. O objetivo final é uma experiência de autoatendimento sem atritos, que oferece os recursos certos para aumentar a produtividade dos usuários finais e reduzir sua carga cognitiva.

Infográfico sobretendências de engenharia de plataforma
Traduzido de Gartner “Signature Series: Top Strategic Technology Trends for 2023” by Frances Karamouzis.

De acordo com os especialistas do Gartner, até 2026, 80% das organizações de engenharia de software estabelecerão equipes de plataforma como provedores internos de serviços, componentes e ferramentas reutilizáveis para entrega de aplicativos. Para iniciar o processo, é possível direcionar esforços na construção de uma plataforma para desenvolvedores internos (IDPs). As experiências resultantes serão a base para as plataformas futuras.

Especialistas do Gartner dizem para não apostar na compra de uma plataforma pronta. Afinal, é praticamente impossível que qualquer fornecedor entregue algo perfeitamente como você precisa. Por isso, será preciso investir um tempo para customizar de acordo com as necessidades da sua companhia. Sem esquecer de dar atenção às questões de segurança.

Wireless-value realization

A realização de valor wireless (Wireless-value realization) refere-se a integração de várias tecnologias sem fio, desde a computação tradicional do usuário final, passando pelo suporte para dispositivos de ponta, até soluções de rastreabilidade digital. Todos precisarão de conectividade para operar e exigirão um espectro de soluções wireless para atender a todos os ambientes. As redes irão muito além da pura conectividade, para se tornar uma fonte de valor do negócio. A tecnologia sem fio está deixando de ser uma tecnologia de comunicação para se tornar uma plataforma de inovação digital mais ampla.

 

De acordo com o Gartner, até 2025, 50% dos endpoints wireless corporativos usarão serviços de rede que oferecem recursos adicionais além da comunicação. Esse movimento vai começar pela seleção de tecnologias e fornecedores que podem proteger e gerenciar os sistemas wireless

A mudança comportamental também será parte do processo. Pois todos os colaboradores deverão entender os novos casos de uso da tecnologia, para conseguir identificar novas oportunidades de inovação para impulsionar novos negócios e serviços digitais.

Tendências para disruptar

Essas tendências visam promover a mudança do modelo de negócios atual e engajar os colaboradores e clientes para acelerar as estratégias e explorar novos mercados digitais.

Superapps

Muito mais do que um simples aplicativo, o superapp é uma combinação do aplicativo com uma plataforma e um ecossistema em um único ambiente. O resultado é uma plataforma para terceiros desenvolverem e publicarem seus próprios miniaplicativos.

Para o Gartner, até 2027, mais de 50% da população global serão usuários ativos diários de vários superapps. Para implementar a prática, as recomendações são de identificar os recursos principais e de alto envolvimento nos super aplicativos que vão direcionar uma massa crítica de usuários finais. Além disso, deve-se aumentar a eficácia do modelo de entrega dos superapps, projetando produtos, processos e serviços centrados nas pessoas. 

O modelo de negócios e os recursos devem ser benéficos para atrair parceiros de desenvolvimento. A experiência de desenvolvedor deve ser fácil, para que os parceiros criem, testem, registrem e enviem miniaplicativos para potencial monetização. E por fim, defina os requisitos de segurança e proteção de dados para miniaplicativos estabelecendo a governança do ecossistema reforçada com recursos de plataforma compartilhada.

AI adaptável

A inteligência artificial adaptável permite a mudança de comportamento do modelo após a implantação. Por meio de feedbacks em tempo real, é possível treinar continuamente os modelos e aprender em ambientes de tempo de execução e desenvolvimento, com base em novos dados e metas ajustadas, para se adaptar rapidamente às mudanças nas circunstâncias do mundo real. O valor está em conseguir operar esse modelo em diferentes ambientes da empresa. 

Segundo o Gartner, até 2026, as empresas que adotarem práticas de engenharia de IA para construir e gerenciar sistemas de IA adaptáveis vão superar seus pares na operacionalização de modelos de IA, em pelo menos 25%. As ações recomendadas são de criar bases dos sistemas de AI adaptáveis, complementando as implementações atuais, com padrões de design de inteligência contínua e recursos de fluxo de eventos, eventualmente migrando para métodos baseados em agentes, dando mais autonomia aos componentes do sistema.

A nível de cultura, é de suma importância facilitar o processo de adoção da inteligência artificial, principalmente para os usuários de negócios. Recomenda-se incorporar indicadores de negócios explícitos e mensuráveis, por meio de sistemas operacionalizados e incorporando confiança na estrutura de decisão.

Além disso, não esqueça de maximizar o valor comercial das iniciativas de IA em andamento. Estabeleça práticas de engenharia de IA que simplificam os dados, modelos e pipelines de implementação para padronizar os processos de entrega de IA.

Metaverso

O metaverso é uma inovação combinatória composta por vários temas e tendências de tecnologia. Individualmente, essas tendências são projetadas para fornecer novas oportunidades e desafios para organizações em um amplo espectro de setores e casos de uso. As empresas estão se valendo da prática para desenvolver o engajamento, colaboração e conexão entre os colaboradores, por meio dos espaços de trabalho virtuais.

As expectativas do Gartner são de que, até 2027, mais de 40% das grandes organizações em todo o mundo usarão uma combinação de Web3, Smart Contracts  e Digital Twins em projetos baseados em metaversos com o objetivo de aumentar a receita. Para fazer isso, os especialistas do Gartner recomendam explorar oportunidades onde as tecnologias do metaverso podem otimizar negócios digitais ou criar novos produtos e serviços. Para fazer isso, utilize um pipeline de inovação.

Entretanto, os especialistas do Gartner deixam o alerta de investir em metaversos emergentes específicos com cautela. Visto que ainda é muito cedo para determinar quais investimentos serão viáveis no longo prazo. Além disso, é importante proteger a sua reputação. Para tal, estabeleça uma política de governança, segurança e privacidade de dados para proteger os dados de clientes e funcionários.

Tecnologia sustentável

A tecnologia por si só não cria valor o suficiente para manter uma organização em pé. Para 2023, os especialistas do Gartner acreditam que a grande aposta é a tecnologia sustentável. Ou seja, uma estrutura de soluções que aumenta a eficiência dos serviços de TI. Além de permitir a sustentabilidade empresarial, graças a tecnologias como rastreabilidade, análise, software de gerenciamento de emissões e inteligência artificial. Na perspectiva dos clientes, também é positiva pois os ajuda a alcançar seus objetivos de sustentabilidade.

No que tange os investimentos, há grande potencial de aumentar a resiliência operacional e desempenho financeiro. Além de descobrir novas oportunidades de crescimento, a tecnologia sustentável é uma excelente oportunidade para resultados ESG. Como por exemplo:

  • Tecnologias ambientais: Prevenir, mitigar e adaptar-se aos riscos do mundo natural.
  • Tecnologias sociais: Melhorar os resultados dos direitos humanos, bem-estar e prosperidade.
  • Tecnologias de governança: Fortalecer a conduta empresarial e a capacitação.
Infográfico sobre tendências de tecnologia sustentável
Traduzido de Gartner “Signature Series: Top Strategic Technology Trends for 2023” by Frances Karamouzis.

Segundo o Gartner, até 2025, 50% dos CIOs terão métricas de desempenho vinculadas à sustentabilidade da organização de TI. Para tanto, será preciso priorizar os investimentos em tecnologia, com base nas sustentabilidades mais relevantes para a estratégia empresarial. Como por exemplo:

  • Serviços em nuvem para aumentar as taxas de utilização de recursos compartilhados e reduzir os impactos ambientais.
  • Software corporativo de gerenciamento de emissões de gases de efeito estufa para facilitar a coleta, análise e relatório de dados de emissões passadas, presentes e futuras.
  • Aplicativos de sustentabilidade de fornecedores para acompanhar o desempenho ESG de terceiros.
  • Blockchain da cadeia de suprimentos para proteger, verificar e rastrear transações, por exemplo, para garantir o fornecimento ético.

Por onde começar?

A sua empresa já deve ter alguma iniciativa similar às que foram citadas. O grande aprendizado do Gartner para uma implementação de sucesso de novas práticas é:

  • A tecnologia é o meio, não o fim. É preciso lembrar-se sempre do impacto que será gerado pelo seu uso correto.
  • A mudança cultural terá um papel fundamental para a implementação de qualquer mudança estratégica de negócio. Por isso, é preciso ter claro para todos, qual é o objetivo das novas estratégias. Bem como o apoio executivo para a gestão das mudanças.

Os especialistas da L3 recomendam que você faça um levantamento das práticas que já estão sendo executadas na sua empresa. Em seguida, defina uma ou duas para implementar. Para te ajudar, recomendamos que você utilize o Business Assessment, ou um método semelhante de priorização e definição de papéis.

Dessa forma, você irá desenhar um roteiro de transformação tecnológica para guiar a sua companhia ao sucesso.

Para saber mais, entre em contato com nossos consultores.

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